História da cidade de Boa Vista do Buricá no Rio Grande do Sul

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O início da colonização

(Pesquisa realizada pelos Professores José Paulo Ost e Márcia Batriz Gräf Backes)
Quanto ao nome Boa Vista do Buricá, o Sr. Estanislau Onório da Silva atribuiu esta denominação ao Sr. Jacob Schneider, um dos pioneiros e que falava em "cabeceiras" quando se referia à povoação do outro lado da coxilha, que separa Ivagaci da atual sede municipal e atribui esta designação às cabeceiras do Lajeado Alpargatas.

Já o nome Buricá é oriundo do nome do rio que nasce no interior do Estado do RS., na região Noroeste e corre na mesma direção, desaguando no Rio Uruguai. A origem do nome é tupi-guarani, pois: "Buri" é espécie de palmeira e "Caã" significa mato. Assim, juntando os dois significados, pode-se dizer que Buricá, significa "mato de palmeiras". Há de fato, uma espécie comum, muito abundante, de palmeiras nesta região, conhecida por coqueiros.

Nos primeiros anos, quando as matas eram derrubadas, o coqueiro era preservado por diversas razões: quando havia escassez de pasto para os animais, era cortada a copa de palmas e tratada, produz uma frutinha bastante apreciada pelos serelepes e, até mesmo, pelo próprio homem; além disso, seu tronco, por ser longo e fino, era escavado e servia de canal condutor de águas.

Os primeiros colonizadores eram procedentes das Colônias Velhas, como Santa Cruz do Sul, Rio Pardo, Roca Sales, Venâncio Aires, que vinham aqui em busca de melhores lugares. O Sr. Emílio Müller foi o primeiro colonizador que procedia a venda de terras na região, que adquiria do governo. Já o Sr. Jacob Schneider foi o primeiro cidadão que comprou terras do Sr. Emílio Müller. O primeiro morador, no entanto, foi o Sr. Jacob Müller, em terras que hoje pertencem ao Sr. Celso Raimundo Werlang, em Esquina Palmeiras.

Iniciada a colonização, levas e levas de agricultores, todos de origem germânica, correram para adquirir terras aqui, pois já fizeram nome as terras que aqui existiam. Muitos moradores da "Terras Vermelhas" - com ocorrência de formigas - da Colônia do Grande Santa Rosa, venderam tudo e aqui se estabeleceram nas "terras escuras".

 

Um pouco da História de Boa Vista do Buricá

Os colonizadores que povoaram rapidamente a o território de Boa Vista do Buricá foram notados pela administração de Palmeira das Missões e, imediatamente, nomeada uma equipe para compor o 11º Distrito. Muito grande, a princípio, foi sendo reduzido na medida que o povoamento tomou conta da área não habitada até 1928.

O progresso na direção da independência foi rápido, menos de 40 anos. A evolução da vida política dos habitantes ali fixados correu sem menores transtornos. O processo pode ser dividido em três fases:

1a. Fase: A criação do 11º Distrito de Palmeira das Missões com sede em Santa Teresinha.

No início, com a implantação do distrito, havendo grande área a ser organizada e patrulhada, as autoridades ali estabelecidas constituíam-se a autoridade máxima existente. Realizavam casamentos, registravam armas pertencentes aos colonos, cobravam impostos e taxas e outras atividades pertinentes à vida administrativa do distrito, principalmente, zelando pela ordem.

A maioria dos habitantes de origem germânica não conheciam a língua portuguesa, necessitando inclusive de intérpretes na hora do interrogatório das autoridades. Construíam as sua próprias escolas e contratavam professores que ensinassem aos filhos na língua alemã. Possuíam assinaturas de revistas e outros periódicos, além de livros totalmente escritos em alemão.

De repente, por volta do ano de 1939, ao estourar a 2a. Guerra Mundial, veio a proibição incondicional do uso da língua alemã por qualquer pessoa. A justificativa estava clara: o Brasil era inimigo da Alemanha de Hitler. Para as pessoas mais idosas, que nunca pronunciaram uma palavra em português significava cortar-lhes a língua. As rodas das conversações passaram a reuniões subversivas no interior das casas, enquanto o cerco da fiscalização fechava-se sempre mais. As autoridades do 11º Distrito passaram a reprimir e usar de violência com os transgressores. Eram intimados a comparecer até a sede do município e prestar esclarecimentos. Mas não havia o que esclarecer, e, dependendo dos casos, eram conduzidos de diversas formas, às vezes sobre burros, até Palmeira das Missões. As autoridades passaram a contratar espiões, os quais, após constatar a conversação ou oração no idioma proibido, relatavam à autoridade.

Por causa deste comportamento, as autoridades do 11º Distrito passaram a ser detestadas pela população. as pessoas daquela época, recordam hoje, com tristeza e heroísmo a dificuldade de convivência com as autoridades.

2a. Fase: A emancipação de Três Passos, em 1948, anexou a si parte do grande território do 11º Distrito. Convocados para o plebiscito, os povoadores transferiram para mais próximo a sede administrativa. O nome mudou, mas a situação e as autoridades não se alteraram.

3a. Fase: Em 1954, no Rio Grande do Sul já existiam 112 municípios independentes. Recentemente criados, pela Lei nº 2526, de 15 de dezembro de 1954, os municípios de Crissiumal e Três de Maio, cada qual anexou uma parte do que restava do 11º Distrito, sendo divisor o Lajeado Almeida.

Daí por diante, a exemplo das recentes emancipações(Três Passos, Três de Maio e Crissiumal), começou a luta pela autonomia política. Há habitantes deste território os quais votaram "sim"por três vezes, para a criação de três municípios diferentes, permanecendo, contudo, no mesmo lugar. Justificam o "sim" da seguinte forma: "se for para trazer a administração para mais perto da minha casa, eu estou a favor".

Em 1809, eram apenas quatro municípios no Estado. Em 1841, dezesseis. Em 1954 estavam criados 112. Em 1981 o Rio Grande do Sul estava dividido em 233 e em 1985 o número já estava em 244. Assim foi crescendo o número de comunidades independentes.

Em 1961, houve consulta a população através do voto. Contudo o número de votos contrários foi maior e frustrou a intenção dos idealizadores. Em 06 de outubro de 1962, realizou-se o 2º Plebiscito que alcançou a maioria afirmativa, 1254 votos "sim" e 992 votos "não", permitindo, deste modo, a criação do novo Município. A Lei 4.549 de 13 de setembro de 1963, publicada no Diário Oficial no dia 16, criou o Município de Boa Vista do Buricá pela Lei 4.624 de 02 de dezembro de 1963.

 

Localização

O município de Boa Vista do Buricá localiza-se na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, no Vale do Rio Uruguai e integra a Micro região do Grande Santa Rosa, composta por vinte municípios.Localiza-se a 27º39" de latitude sul e 54º06" de longitude oeste.

A natureza foi muito pródiga em acidentes geográficos, de rara beleza. Quanto ao solo, que é resultante da ação conjugada de fatores físicos, químicos e biológicos, integra o Planalto Basáltico, que abrange toda área ocidental do Estado. Está constituído por rochas eruptivas de basalto - rocha vulcânica de cor escura, cujos componentes essenciais são a labradonita e a augita - entremeadas de arenito, em camadas de espessuras variadas. A terra "roxa", de grande fertilidade, existente na região, é proveniente da associação do basalto, arenito e matéria orgânica.

Especificamente, o solo do território boavistense, de formação aluvial, é do tipo ciríaco - solo vermelho misturado a pedras - e charrua - solo pedregoso com, aproximadamente, um metro de profundidade, encontrando-se, logo, após, as rochas vulgarmente chamadas de "terra escura". Não obstante, há setores em que se encontra o solo tipo "Santo Ângelo"-caracterizado por manchas vermelhas.

A superfície de toda área, compreendida pelo município, apresenta suas ondulações, mas, em sua maioria, caracterizada por morros e vales. Entretanto, uma superfície menos irregular do que no Centro e Leste do Estado, onde se eleva a Serra Gaúcha.

A altitude do Município está em torno de 370 metros. Se o centro do Estado é muito elevado, na medida  em que vai em direção Oeste, ocorre um sensível rebaixamento do relevo, motivo pelo qual os rios correm para o Oeste.

CLIMA: O clima é subtropical, com médias que variam de 14ºC e 22ºC e com chuvas, durante o ano todo. As baixas temperaturas, associadas pela altitude,são bem características na estação mais fria, chegando estas, facilmente a 0ºC. Ibidem, as máximas atingem seus 40ºC. assim sendo as estações do ano são bem definidas no município: o verão é quente e o inverno é frio.

 As chuvas são regularmente distribuídas, não havendo a caracterização de uma estação seca. Entretanto, há meses em que chove mais e em outros, menos.

RIOS: É expressiva, para a área do Município, a quantidade de pequenos e médios cursos d'agua. Praticamente, as localidades existentes emprestam o nome ao rio ou vice-versa. aliás, a última, nos parece mais reiterada. A própria nomenclatura do Município tomou emprestado o nome de seu maior rio: o Buricá. Além deste há outros de igual e menor porte, tais como: os rios Inhacorá e Reúno, os lajeados: Almeida, Alpargatas, Caçador e Pardo; e as sangas: Bom Princípio, Batinga, do Miguel, Água Preta, da Flora e Lambedor.

Na época de chuvas mais freqüentes(agosto e setembro), os rios aumentam o volume das águas, principalmente o Buricá, que represa os demais, seus afluentes, saindo de seus leitos e inundado várzeas e habitações próximas.

 VEGETAÇÃO: No Município ainda predomina a vegetação nativa nas áreas impróprias ao cultivo; as lavouras, com culturas anuais, como: soja, milho trigo e mandioca, em lugares mais planos; pastagens, em áreas planas  e áreas reflorestadas onde o terreno é mais acidentado, nelas, são plantados eucaliptos, uva japonesa e pinus (pinheiro americano).

Fonte: Prefeitura

Website da prefeitura: http://www.burica.com.br/

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